
Diziam
os políticos que, quando o poder chega ao fim, até o cafezinho, quando
vem, vem frio. As coisas mudaram: hoje, quando se acaba a capacidade de
ofertar agrados, nem há para quem servir o café. E o pessoal tem bom
faro – percebe com antecedência a hora de abandonar o navio.
Dia 21: o governador mineiro Fernando Pimentel, o último seguidor de
Dilma, faria farta distribuição de Medalhas da Inconfidência. Faria: os
governadores do Maranhão, Flávio Dino; do Acre, Tião Viana; e da Bahia,
Rui Costa, não apareceram. Marieta Severo, Wagner Moura, Camila Pitanga e
Gregório Duvivier, artistas petistas ativistas, não apareceram. Lula
faltou à cerimônia. São amigos, mas sabem o que lhes convém.
Dia 24: a Procuradoria Geral da República pediu ao Superior Tribunal
de Justiça que abrisse inquérito sobre Fernando Pimentel, em
consequência das delações premiadas do pessoal da Odebrecht. Pouco
depois, a Polícia Federal indiciou a jornalista Carolina Pimentel,
esposa do governador, por participação em lavagem de dinheiro e crime
eleitoral. O indiciamento teve base na Operação Acrônimo, que desde maio
de 2015 investiga a possibilidade de tráfico de influência na liberação
de empréstimos do BNDES e esquemas de lavagem de dinheiro em campanhas
eleitorais.
E pensar que, não faz muito tempo, quando jorravam as benesses, o
navio mal se aguentava com o peso de tantos obscuros habitantes do
porão!
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