O Instituto Butantan iniciou a fase de testes em humanos de uma
pomada contra picada da aranha-marrom (Loxosceles). O veneno do animal
pode causar necrose na pele, falência renal e até morte. Segundo a Agência Brasil, o medicamento é a base de tetraciclina,
substância usada como antibiótico. Os testes foram iniciados em Santa
Catarina, estudo com grande ocorrência de picadas da aranha-marrom.
“Foi uma longa jornada de pesquisa sobre a ação da toxina até o
desenvolvimento da pomada.
Há 20 anos conseguimos, pela primeira vez,
isolar e fazer o sequenciamento da proteína mais importante do veneno da
aranha-marrom. Com isso, estudamos os mecanismos de ação da toxina e
desenvolvemos inibidores já patenteados que poderão ser usados em
estudos de estrutura e função e, eventualmente, como terapia”, disse
Denise Tambourgi, pesquisadora do Instituto Butantan e do Centro de
Toxinas, Resposta Imune e Sinalização Celular, um dos Centros de
Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) da Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (Fapesp).
Segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados, em 2016,
173.630 casos de acidentes com animais peçonhentos no Brasil, dos quais
7.441 foram por picadas de aranhas-marrons. O soro para picadas deste aracnídeo já é produzido pelo Instituto
Butantan. No entanto, a produção é limitada. “São aranhas pequenas, de
no máximo três centímetros, portanto conseguimos pouco veneno e são
necessárias centenas de exemplares para se produzir o soro”, explicou
Tambourgi.
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